sábado, 22 de outubro de 2011

Diga-me seu nome e não concluirei nada.

"Qual seu nome, pequenino" Perguntou para a criança, mas esta novamente não respondeu. Apenas ficou olhando para ele com os grandes olhos arregalados. Estava completamente encharcado, mas sua pequena mão rechonchuda ainda segurava firme o mini guardachuva. Ficou mais um tempo parado, olhando o cachinho negro entre os olhos da criança que de tempos em tempos fazia pingar uma gotnha de água sobre seu narizinho arrebitado. "Sua mãe? Onde ela está, pequeninho?". Tentou mais uma vez, contudo a unica resposta que recebeu foi um biscar de olhos da criança. O que já é alguma coisa. Pensou positivo.
Agachou-se para ficar de igual pra igual com a criança e os olhos dela o acompanharam quase sem querer. Eram azuis, ou achava que fosse. As pupilas do menino estavam tão dilatadas que só podia ver um contorno claro envolta delas, concluiu que fosse azul. "Veja bem, pequeno, este não é lugar pra você, não agora....". Outro piscar de olhos. "Sou feio de se ver, não é?" Começou a sorrir para a criança, mas imaginou que isso seria mais assustador ainda. Permitiu-se um suspiro pesado e longo antes de forçar os joelhos e se levantar. Quando o fez algumas coisas que julgava impossivel aconteceram. Primeiro, o menino deu passos pra tras. Segundo, seus olhos se arregalaram ainda mais e terceiro, ele produziu algum som que não sabia definir.
"Oh! Bem vindo de volta a Terra, pequenino! Espera! Onde vai?" A criança virou e saiu correndo com suas pequenas pernas gordinhas aos tropeços. "Volte aqui, criança! Ou vai achar coisa pior que eu.". E a criança parou no mesmo instante. "Venha, pequeno, está tarde. E provavelmente há pessoas te procurando." O menino continuou parado onde estava, olhando daquele jeito de novo. "Venha, já disse, Quando há pessoas nos procurando é melhor ficar parado pra não correr o risco de irmos longe demais" . Disse isso enquanto se virava e andou para o banco mais próximo, era ali que suas coisas estavam. O papelão dobrado, o jornal que conseguiu mais cedo e Tobi. O cachorro desgraçado ficou o tempo todo ali deitado sobre o papelão sem ajudar em nada com o menino, e agora que chegava perto começava a abanar o rabo quase sem pelos.
Quando se sentou no banco Tobi veio lamber sua mão. Olhou para frente e lá estava o menino, perto, mas longe o suficiente. Sorriu sem querer. "Venha dormir, pequeno. Deve ter sido um longo dia. Nem eu nem Tobi lhe faremos mal." ...



Sei lá se continua =P O que acharam?

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